7 dias na Chapada dos Veadeiros: Conheça um pouco deste paraíso!
Acabei de passar 7 dias na Chapada dos Veadeiros e vou contar tudo pra vocês aqui, conheça um pouco deste paraíso, mágico e energizante.
Índice do Conteúdo
- 1 Um pouco de história
- 2 Onde ficar:
- 3 Dia 01 – A Chegada
- 4 Dia 02 – A primeira trilha e a Cachoeira do Segredo
- 5 Dia 03 – Voltando á São Jorge – Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
- 6 Dia 04 – Cavalcante: Cachoeira Santa Barbara e Capivaras.
- 7 Dia 05 – Cataratas dos Couros
- 8 Dia 06 – Cachoeira Cristal, Tirolesa em São Bento e Cachoeiras Almécegas
- 9 Dia 07 – Cachoeira Loquinhas
Um pouco de história
O nome: Chapada dos Veadeiros originou-se dos caçadores de veado-campeiro, no entanto os seus primeiros habitantes foram os índios Avá Canoeiros, Crixás e Goyazes.
Os primeiros bandeirantes chegaram na Chapada por volta de 1730, explorando o ouro e povoando as primeiras vilas, muitos escravos fugiam e se refugiavam nas montanhas, criando as comunidades Kalungas.
Mas foi com a Fazenda Veadeiros, propriedade do Sr. Francisco de Almeida que o povoado se iniciou, surgindo os povoados de São Jorge e Alto Paraíso e a criação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
A região toda da Chapada é muito especial, são cachoeiras, rios, cânions rochosos, trilhas e muita água cristalina.
Tudo isso se soma a parte mística do lugar, já que a região fica em cima de uma enorme placa de cristal de quartzo e está situada no paralelo 14 que atravessa Macchu Picchu no Peru e Alto Paraíso de Goiás.
A minha viagem para a Chapada não foi planejada, mas se revelou uma surpresa deliciosa e que me trouxe experiências únicas.
Onde ficar:
As cidades com opções de hospedagem na Chapada, são: São Jorge, Alto Paraíso, São João da Aliança, Cavalcante, Colinas do Sul, Teresina de Goiás e Cavalcante.
Geralmente os locais mais comuns para hospedagem são Alto Paraíso e São Jorge.
Eu fiquei em Alto Paraíso que na verdade é uma cidade um pouco mais estruturada e também porque já tinha uma amiga que estava por lá.
Dia 01 – A Chegada
O aeroporto mais próximo é o de Brasília. Cheguei por volta das 10h da manhã, como estava sozinha agendei um transfer (a dica aqui é alugar um carro com retirada em Brasília, assim você terá maior mobilidade para fazer os passeios.
A empresa Real Expresso (http://www.realexpresso.com.br) tem ônibus partindo de Brasília em direção a Alto Paraíso. Quem vem de Goiânia, tem a viação São José do Tocantins (62-3224-8330) que faz o trecho.
São quase 250 km de Brasília para Alto Paraíso de Goiás, o interessante aqui em pegar um carro compartilhado e que você acaba conhecendo pessoas da região.
O meu motorista na ida foi o Donizete e pegamos pelo caminho a Dona Porcina, uma senhora nordestina de Campina Grande – PB que mora em Alto Paraíso a 30 anos, muito animada conversamos bastante e a viagem passou bem rápido.
O Donizete me deixou no Buddy´s um hostel e pousada super charmoso (em breve post completo sobre o Buddy´s) e aproveitei para me instalar e conhecer tudo.
No final da tarde, encontrei com minha amiga que já estava na cidade e fomos jantar. A cidade em si é muito simples, mas existem ótimas opções gastronômicas.
O restaurante escolhido para a primeira noite foi o Vendinha (veja post).
Dica: São poucos estabelecimentos que aceitam cartões de credito, a maioria aceita só debito, o dinheiro ainda é a melhor opção.
Se você não tem conta no Itau, Banco do Brasil ou Caixa econômica, vai ter que levar dinheiro vivo mesmo, não tem jeito, alguns passeios, guias e transfers somente em dinheiro.
Dia 02 – A primeira trilha e a Cachoeira do Segredo
Até aquele dia, eu achava que já havia feito trilha, mas a verdade sobre trilhas pra mim, começou agora.
Claro que a Chapada é democrática, tem belezas e atrações para todo tipo de viajante, mas algumas delas estão um pouco escondidas, o caminho pode ser difícil mas a chegada com certeza vale a pena.
A Cachoeira do Segredo fica na Cidade de São Jorge, é uma propriedade privada da Fazenda Segredo (R$ 35,00) e sua trilha tem grau de dificuldade Alta, por isso é aconselhável a contratação de um guia.
Eu estava com uma outra amiga que mora na região e com bastante experiência em trilhas, por isso fomos de carro até o segundo estacionamento e fizemos somente os últimos 3 km a pé.
È uma trilha bem gostosa, com travessia de rio, sombras e direito a várias paradas pelo caminho.
Você passará inclusive por uma bica com água, caso a sua garrafinha já esteja vazia.
Existe sinalização para você deixar o carro, são dois estacionamentos, se deixar no primeiro a trilha aumenta para 7 km (só ida), então esteja preparado.
Mas como disse, vale a pena, no caminho encontramos uma linda piscina, mas como o foco é a cachoeira, melhor deixar a piscina para a volta porque na chapada existe o risco de tromba d’agua (chuva e aumento rápido do volume da água), então se começar a chover tem que abandonar a trilha e voltar.
Quando chegamos na cachoeira tive a certeza de começar em alto estilo, uma paisagem deslumbrante, numa queda de 100mts.
Encontramos por lá um casal super simpático (A Patricia e o Mário) também de SP.
Na volta da trilha passamos pela piscina, paradinha para repor a energia e continuar a volta é sempre mais rápida.
Saindo de lá, fomos almoçar na cidade de São Jorge. A Cris nos levou no Restaurante da Tia Nenzinha, opção de comida por kilo ou coma a vontade, cardápio caseiro e bem gostoso, além do atendimento muito bom.
Voltando para Alto, passamos na sorveteria Fruta Flor para a sobremesa, uma variedade de sabores da região.
Dia 03 – Voltando á São Jorge – Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
No dia seguinte voltamos á cidade de São Jorge dessa vez para fazer uma das trilhas do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
O Parque Nacional foi inaugurado em 1961 e protege uma área de 65.514 ha do Cerrado de altitude.
A flora e a fauna é muito variada, já que centenas de nascentes e cursos d´água estão ali.
O Parque foi declarado Patrimônio Mundial Natural em 2001 pela Unesco e hoje é muito visitado pelos amantes da natureza, que caminham pelas antigas rotas dos garimpeiros.
A entrada no parque é gratuita, você só precisa assistir um vídeo com as instruções do parque e escolher a trilha desejada.
São 3 opções de trilhas:
- Trilha dos Saltos – Extensão 11km ida e volta – Nivel: Salto + Corredeiras: pesado, só corredeiras: moderado. duração media de 4 a 6 horas
- Trilha dos Cânions – Extensão aprox. 12km ida e volta – duração media de 4 a 6 horas – Nivel moderado Superior
- Travessia das Sete Quedas – Extensão 23.5km – duração aproximada de 2 ou 3 dias (é necessário dormir no parque) – Nivel pesado.
- Trilha da Siriema – Extensão 800mts ida e volta, nível: leve, recomendada para pessoas com dificuldade de locomoção como crianças, grávidas e idosos.
Escolhemos a trilha dos Cânions, confesso que como já estava um pouco cansada do dia anterior, a volta foi um pouco mais pesada, mas a beleza que encontramos foi recompensadora.
Não consegui fazer a trilha dos saltos, muito linda, espero voltar logo para poder conhecer.
Trilha concluída, paramos na frente do parque para tomar um super suco refrescante, o copo custa R$ 10,00 mas é bem servido, natural e com bastante variedade das frutas locais.
Dica: se tomar um suco de mangaba, use o canudinho senão sua boca vai ficar levemente grudada.
Aproveitamos o final de tarde para passear pelas lojinhas de São Jorge, conhecer um pouco mais sobre o artesanato da região e também fazer uma prece de agradecimento na capelinha de São Jorge.
Dia 04 – Cavalcante: Cachoeira Santa Barbara e Capivaras.
Após a trilha puxada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros no dia anterior, partimos para a cidade de Cavalcante, onde encontrei uma das minha cachoeiras preferidas: A Santa Barbara.
De Alto Paraíso para Cavacante são aproximadamente 150 km.
No caminho passamos por alguns pontos de paradas obrigatórias: a Serra do Pouso Alto (o ponto mais alto com 1.676mts), O Marco do Paralelo 14 e O Mirante da Nova Aurora.
Chegando em Cavalcante seguimos em direção á Comunidade Kilombola kalunga, onde fizemos o pagamento da taxa de visitação (R$ 20,00), assinamos o livro e encontramos nosso Guia.
O acesso ás cachoeiras de Santa Barbara e Capivaras deve ser feito obrigatoriamente com os guias, o nosso foi o Elias, muito simpático e atencioso.
Para chegar até as trilhas das cachoeiras, percorremos um trecho de carro e só então iniciamos a trilha, que não é muita extensa, mas um pouco escorregadia, os guias experientes auxiliam na caminhada.
Cachoeira Santa Barbara
A trilha é muito bonita, com varias arvores típicas da região catalogadas. Um pouco antes de chegar na cachoeira principal, encontramos uma pequena amostra do que vinha pela frente.
A mini-cachoeira de Santa Barbara já impressiona pelo tom de azul da água.
E finalmente a avistamos, Santa barbara convida para um mergulho e as várias fotos são inevitáveis.
Como o local é pequeno a visitação é controlada, por isso o importante é evitar finais de semana e feriados e também chegar o mais cedo possível.
Cachoeira das Capivaras
Saindo de Santa Barbara, a próxima parada foi a Cachoeira das Capivaras, que também impressiona pela beleza.
O tom da água não é o mesmo, mas suas águas cristalinas também convidam para um mergulho refrescante.
Como é bem mais ampla que a Santa Barbara, as vezes os guias invertem a ordem e levam os visitantes primeiro para Capivaras.
Voltando da trilha almoçamos na comunidade kalunga, em um restaurante local, O Galileus, comida simples, caseira, a vontade e muito saborosa.
Dia 05 – Cataratas dos Couros
Estava previsto para a sexta-feira Couros, mas como Santa Barbara costuma ser muito cheia no final de semana, fizemos essa alteração no roteiro.
Esta trilha também fizemos sem guia porque nossa amiga moradora local estava conosco, pegamos a estrada sentido Brasília e seguimos as indicações de um guia que a orientou.
A trilha em si não é muito difícil, mas complicado mesmo foi achar o caminho certo porque não existe muita indicação, depois fiquei sabendo também com algumas amigas que foram com guia que existe um outro trecho que não fomos.
Então para as cataratas também é aconselhável um guia, já que precisa nadar para chegar nesse ponto.
Um dos lugares que senti grande paz foi em Couros, por alguns momentos meditando era possível ouvir o som da cachoeira e os pássaros cantando, um momento de recompor as energias e agradecer.
Na volta da trilha uma pausa para a água de coco super geladinha!
Voltando para Alto Paraíso jantamos num restaurante italiano no centro, bem gostoso, Ristorante La Vitta Bela, uma pizza deliciosa (veja post).
A sobremesa ficou por conta da Doceria Pirlimpimpim, recém inaugurada, fiquei encantada pelo lugar (clique aqui para saber mais).
Dia 06 – Cachoeira Cristal, Tirolesa em São Bento e Cachoeiras Almécegas
Cachoeira Cristal
A cachoeira Cristal fica bem próxima de Alto Paraíso, cerca de 7km.
É um lugar super bem estruturado, com restaurante, banheiros e até uma área com redes para tirar aquela soneca depois do almoço.
Você pode ir para passar o dia, almoçar ou comer um dos deliciosos pasteis com a sua bebida preferida.
São vários poços de água cristalina, até chegar na ultima a Véu da noiva.
Fizemos uma parada no restaurante para provar o pastel (delicioso) eu comi um de carne seca com queijo, as meninas pediram camarão e o clássico da região: Palmito com pequi e aquela cervejinha para acompanhar.
O voo do Gavião
Saindo da Cachoeira dos Cristais fomos para a Fazenda São Bento que fica na estrada sentido São Jorge.
O Foco do passeio: Saltar da Tirolesa de 850mts de extensão e 100mts de altura no ponto mais alto.
Considerada uma das maiores e mais bonitas do Brasil.
O desafio é deslizar sob dois cabos de aço paralelos, entre a Serra Almécegas com 1265 mts de altitude e o morro do Mirante da Fazenda São Bento com 1210mts de altitude totalizando um desnível de 55mts.
A Tirolesa recebeu o nome de “Voo do Gavião” pela quantidade de Gaviões Carcarás existente na área. , considerada uma das maiores e mais bonitas do Brasil.
A operação é da Travessia Ecoturismo (valor de R$80,00) certificada em requisitos de segurança, além do passarem muita confiança os instrutores (os nossos foram a Luana e o Surya) são bem preparados e super atenciosos.
Uma experiência incrível!
Cachoeiras da Fazenda São Bento
Na Fazenda São Bento estão também localizadas 3 outras cachoeiras:
Almecegas I e II (valor de entrada R$ 30,00)
A Almécegas II está a 300 metros de onde estacionamos o veículo, tem um ótimo poço e um salto nível fácil.
A Almécegas I é acessada por uma trilha um pouco mais difícil com uma subida íngreme. Na sua base, um enorme poço e ao lado dele um paredão de pouco mais de 15 metros.
A cachoeira São bento fica bem na entrada da fazenda (R$ 10,00) como é mais fácil o seu acesso é bastante frequentada, mas confesso que ela fica um pouco sem graça depois de todas essas que citei acima.
Depois de tudo isso, voltamos para São Jorge e jantamos no Restaurante Santo Cerrado, fechando com chave de ouro nosso domingo (conto mais aqui).
Como vocês já devem ter percebido a Chapada dos Veadeiros é um lugar de muitas belezas e atrativos, difícil escolher o que fazer, não é mesmo?
Dia 07 – Cachoeira Loquinhas
No ultimo dia de passeio, optei em conhecer a Cachoeira Loquinhas que fica bem próximo do centro de Alto Paraíso.
Como estava hospedada no Buddy´s e a Ale (uma nova amiga) também queria conhecer, resolvemos ir a pé (4km).
Estava um dia fresquinho e foi tranquilo caminhar até la, em plena segunda feira o local estava bem vazio.
Na entrada o responsável pela portaria (taxa R$ 20,00) informou que somente a trilha Loquinhas estava com água em todos os poços, devido a falta de chuva.
A trilha é bem acessível, toda em madeira suspensa. Ótima para quem está em família com crianças.
Apesar de os poços estarem com poucas água, deu para ter uma ideia da beleza do lugar.
O poço Xamã mesmo sem o seu maior fluxo ainda estava lindo, com sua água verde azulada.
Agora me falem se feio estava assim… imagina quando estiver bonito por lá!
E esse foram os lugares que conheci, logo mais vou escrever sobre os restaurantes, atividades, mais dicas e também sobre outros locais que não consegui conhecer, mas são super interessantes, como por exemplo o Vale da Lua.
Vem bastante coisa ainda por ai, deixe seus comentários e dicas se você também já sentiu toda a energia desse lugar fantástico que é a Chapada dos Veadeiros.
Você também pode entrar em contato comigo quando quiser para saber mais informações ou mesmo planejar sua viagem, clique aqui e envie sua mensagem.
See you!
Li.
Li Souza
Adm. de empresas e pós-graduada em gestão de pessoas, após vários anos trabalhando na area adm/financeira, hoje é editora do blog viajando nas delicias da vida e sócia da agencia Elegância Trips. Ama viajar, conhecer novos destinos e escreve no Blog sobre suas viagens, dicas, próximos destinos, shows e demais delicias que a vida pode oferecer.
3 Comentários
Fernanda
Quanta dica bacana. Parabéns! Sorte dos seus clientes que forem pra lá!!!
Li Souza
Pois é Fernanda, além do lugar ser lindo.. a energia que recebemos de lá especial! realmente quem tem a oportunidade de conhecer só tem a agradecer!
Pingback: